Sistemas de cultivo:
De acordo com a área selecionada e, principalmente, considerando a profundidade do local, pode-se optar por distintos sistemas de cultivo. Apresentaremos abaixo os 3 sistemas de cultivo possíveis de serem empregados no Brasil.
Cultivos em Balsas
Recomendadas para locais protegidos com profundidades superiores a 4m, as balsas podem ser construídas com distintos materiais , sendo um conjunto de bóias e armação de madeira mantido sobre a superfície, ancorada por quantidade mínima de cabo equivalente a 3 vezes a profundidade do local e com profundidade superior a 3 metros na maré mais baixa. Como flutuadores pode se usar isopor e bombonas plásticas, e ainda, compensado naval protegido com fibra de vidro. As dimensões das balsas e o número de flutuadores também podem ser variáveis. Para a balsa apresentar uma maior vida útil o ideal é que a estrutura de armação permaneça fora da água. O sistema de ancoragem para o fundeio da balsa é feito por 4 cabos ligados às poitas.
Cultivo em Mesa, Tabuleiros, Varal ou Rack
Empregado em locais com profundidade de até 3 metros, estas estruturas são semelhantes a uma “mesa”, onde os pés são enterrados em fileiras, espaçadas entre si a cada 2 a 3 metros. Conjunto de estacas ou postes cravados no leito da água e ligados entre si por madeira, para manter as lanternas com ostras suspensas no volume d’agua. O material utilizado para a construção destas estruturas pode ser o bambu, pelo seu baixo custo. Contudo, este material possui uma durabilidade de 6 a 8 meses, o que torna necessário a sua periódica substituição. Sobre os pés se faz uma armação horizontal (gradeado) onde as lanternas de cultivo ficam amarradas. O ideal é utilizar canos de PVC preenchidos com concreto, como pés e caibros de madeira, para a construção do gradeado horizontal. O custo mais elevado deste material é compensado pela sua durabilidade, além de permitir a realização de trabalhos de manejo em cima desta estrutura.
No Brasil, mais especificamente na região de Cananéia (SP), existe o cultivo de ostras em sistema de almofadas (telas plásticas), que são colocadas em mesas nas regiões intermareais. Este mesmo tipo de cultivo também é utilizado tradicionalmente na França.
Cultivo em Long-Line (Espinhel) ou em Linha
É recomendado para locais mais profundos e mais expostos, sujeitos à ação de ventos e correntes, sendo o mais utilizado em diversas regiões do mundo. Constitui-se basicamente de um cabo com comprimento útil de até 100 m, somando-se às extremidades uma metragem equivalente a três vezes a profundidade do local, ancorado e mantido suspenso na água por intermédio de bóias. A linha principal, deve guardar uma certa distância da superfície.
O espaçamento entre um espinhel e outro varia de 5 a 15 metros. Este dado depende das condições do local e tamanho das embarcações que irão operar no parque de cultivo. O número de espinheis por região produtora dependerá principalmente da produtividade primária do local.
As estruturas contendo as ostras (lanternas, caixas, etc.) são atadas à linha principal, a intervalos de 0,8 a 1,00 m. a lotação de um espinhel dependerá também, como mencionado, da produtividade primária, mas, para efeito de calculo, pode ser estimado um valor em torno de 3.535 dz. (101 lanternas com 35 dz e seis andares cada). Utiliza-se somente flutuadores de 20 litros a cada 3 metros. Neste sistema de cultivo submerso deve-se contar com o apoio de mergulhadores.
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destaque: Ostreicultura
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